quarta-feira, 5 de julho de 2017

Napalm Death: o guia para a vida de Barney Greenway


 Vindo do cenário punk e liderando a banda mais barulhenta da Grã-Bretanha, Barney greenway, do Napalm Death, sempre disse o que pensa. Conversamos aqui com o maluco Brummie para saber suas opiniões sobre a política moderna, saúde, o conceito de religião e por que eles sempre mandaram a indústria da música se foder.

MÚSICA
"Espera-se que fiquemos mais conservadores quanto aos nossos gostos à medida que envelhecemos, mas eu tendo a ir pelo caminho inverso. [...] Mas tenho que admitir que tenho estado tão ocupado com o Napalm e com coisas pessoais nos últimos anos que eu não tenho estado muito antenado no que tá rolando. Estou um pouco desconectado no momento mas não por escolha, mas sim pelas circunstâncias. Falando de forma geral, qualquer coisa que seja nojenta, horrível e combativa é a minha.
"Meu pai me levou para a música pesada. Ele era um grande fã de rock quando eu era mais jovem, e ele estava sempre procurando algo mais pesado - menos que eu, ele parou no Metallica ou coisas desse tipo. Ele me ajudou a descobrir Motörhead, que era "a banda" para mim quando mais jovem. "

POLÍTICA
Política é realmente um termo inadequado. Política como a conhecemos na vida cotidiana é apenas discurso vazio. Se o objeto do exercício é fazer a vida melhor para aqueles de baixo para cima, que é como eu vejo a coisa, então não há muito mais. De certa forma eu tenho uma posição ambígua quanto a isso. Em alguns dias eu vou lhe dizer que odeio política, que é melhor acabar com ela, mas eu venho da esquerda, é de lá que eu venho como pessoa. Meu pai era um sindicalista, meu irmão é um sindicalista... e eu sempre me considerei um humanista. Não no sentido comum do termo, mas no sentido radical do que significa ser um ser humano, este sempre foi meu ponto de partida e de chegada. É algo misto, mas se você quiser me classificar de alguma forma, eu estou à esquerda - bem à esquerda.
RELIGIÃO
"Acho que parte do problema com este mundo é que nos esquecemos como sermos seres humanos e o que a humanidade realmente significa - eu acho que a religião desumaniza as pessoas. No fundo, ela te diz para acreditar em algo que não é carne e sangue, que não é sólido, então está te tirando daquilo que é químico, físico e biológico. Para muitas coisas eu sou bem passivo, mas em meu mundo ideal não haveria escolas religiosas. Você pode ensinar religião nas escolas de maneira informativa, tudo bem, mas não acho que se deve inserir religião no currículo. Acho que isso é emburrecer as crianças, alimentá-las com histórias que não têm base nos fatos. E quando você amplia isso para uma sociedade civil que precisa alimentar seu povo, a religião não pode prover isso. Se você é uma pessoa religiosa e quer fazer coisas boas na comunidade então tudo bem, isso não é um problema, mas você pode fazer essas coisas boas não sendo religioso. Sopão de caridade é legal, mas não é necessário trazer religião para o sopão de caridade, eles não deveriam tentar converter aquelas pessoas que são pobres o suficientes para precisarem de um sopão de caridade.

SAÚDE
Houve períodos na minha vida em que eu não era saudável, pela maior parte da minha vida eu fui vegetariano e vegano, mas vegetarianos podem também ser doentes, ha ha! Para mim, saúde é algo realmente importante e não é apenas imagem, é uma necessidade para me sentir contente. E quando digo isso eu quero dizer que meu corpo pode fazer o que ele precisa e eu tenho energia. Com o Napalm Death a coisa é tão intensa que você tem que manter um certo nível de forma física ou você não vai dar conta.

MORTALIDADE
"Acho que todo mundo pensa sobre a morte, mas não tenho medo dela. Isso é algo particular dessa sociedade - por que a morte é um tabu? Quando morrer eu não sei se voltarei para a terra, eu não tenho ilusões quanto a isso, eu não acredito em vida após a morte - desintegrar-se e voltar para a terra é um processo natural, biológico e químico. Se eu morrer e as pessoas quiserem fazer uma pequena cerimônia para marcar minha vida, as pessoas podem se vestir e comportar do jeito que quiserem. Elas podem jogar ping-pong sobre meu caixão se quiserem, sou apenas um corpo que está retornando à terra. É o ciclo da vida.

Tradução de Glauber Ataide

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Sobre o cancelamento do show da banda Graveland no Brasil



 Nós do movimento Red & Anarchist Black Metal - Brasil gostaríamos de agradecer a todos os reais guerreiros do underground que lutam  verdadeiramente contra os dogmas impostos pela Igreja e pelo Estado burguês!!
 É com grande satisfação que recebemos a notícia de mais uma vitória do underground brasileiro sobre a canalha nazista!!
 Graveland uma das bandas da cena poser NSBM teve seu show cancelado no país, por falta de segurança. Por mais descabido que possa parecer, os produtores e seus ascetas defensores da extrema direita não tem força e sequer culhões para defender seus “artistas” racistas e xenófobos, como Rob Darken e seus funcionários,  quando estes se apresentam no país.
 O NSBM que tanto envergonha a cena do Black metal mais uma vez mostra toda sua face de covardia e teme qualquer enfrentamento direto com os setores populares que crescem a cada dia no metal extremo!!
 Suas ameaças virtuais como suspeitávamos não passam de bravatas pois quando não tem amparo junto ao Estado vergonhosamente recuam !!

Mais uma vez camaradas avante!!

No pasarán!!

Jamás pasarán!!

domingo, 5 de março de 2017

Darkthrone: "somos uma banda de Metalpunk

 Anthony Morgan do Lucem Fero recentemente fez uma entrevista por e-mail com Fenriz do Darkthrone, onde foram abordados diversos assuntos, incluindo a propalada influência Punk do grupo.








O nome do álbum ("F.O.A.D.") carrega algo de Punk; quais elementos do gênero você acha que esse disco incorporou?

Fenriz: "Há muito mais Punk em 'The Cult Is Alive' (2006), esse [novo disco] tem mais Heavy Metal. Os elementos Punk estão em todos os álbuns do Darkthrone, exceto o 'Soulside Journey' (1990), nosso primeiro trabalho. Aprendemos com nosso erro naquele álbum — para o qual, nós fomos para um estúdio de Metal. Arrrgh. Nossos elementos Punk estão refletidos na péssima qualidade do som que nossas demos sempre tiveram. Além disso, muitos de nossos riffs não sinfônicos (melódicos) têm algo de Punk neles. Nós somos Metalpunk: esse é um gênero pequeno, mas não menos importante. VENOM, MOTÖRHEAD e CELTIC FROST foram as mais importantes bandas Metalpunk nos anos oitenta, que sendo assim foi o mais importante período".

Vocês já têm algo escrito ou gravado para o próximo álbum? Caso já tenham algo pronto, o que você pode revelar sobre esse material?

Fenriz: "Nós gravaremos as primeiras músicas de nosso próximo disco em alguns dias, começando num sábado (27 de outubro). Minha música se chama 'Hiking Metal Punx'; tem um riff estilo MÖTORHEAD, um riff NWOBHM/Speed Metal e também um riff estilo Punk/IRON MAIDEN. Isto é o que a [banda] PUKE da Suécia gostaria de fazer, eu acho (verifique essa banda, que é minha banda Punk oitentista sueca favorita)."

"A Blaze in the Northern Sky" é frequentemente citado como um clássico muito influente no Black Metal; o que você pensa sobre isso?

Fenriz: "Ontem eu concedi uma entrevista à rádio nacional da Noruega baseada nessa pergunta. Esse álbum tem muitos riffs de Death Metal mas os tolos não percebem pois ele parece Black Metal, e o som é Black Metal. Isso não é uma verdade incontestável, mas, de qualquer forma, nós raramente fazemos um disco puro. Não temos pensamentos totalitários nessa banda, o mesmo em 'Under A Funeral Moon'. O pensamento totalitário é ruim, mas bom para certos trabalhos HAHAHAHAHAHAHAHAHA".

Você acha que isso (a controvérsia sobre algumas letras do disco "Transilvanian Hunger") oferece aos detratores do Metal uma oportunidade de admoestar o DARKTHRONE como um grupo racista, algo que a banda não é? O que pensa sobre isso?

Fenriz: "As pessoas nos odeiam o tempo todo, então isso é previsível. Fazer coisas populares assim como grandes videoclipes tal qual aqueles que o NIGHTWISH faz destroem o Metal. Extremismos, por outro lado, não destroem o Metal a longo prazo. O racismo não é um assunto no nosso universo, o mundo do Metal. Nele, Jesus não tem poder algum e isso é verdadeiramente global. É preciso combater os tolos com mentes limitadas!!!"

O que você acha que difere o DARKTHRONE em 2007 do DARKTHRONEde 1987? O que pensa que mudou na banda nesses 20 anos?

Fenriz: "Não mudou muito. As músicas que compomos atualmente são semelhantes a 'Snowfall' de 1988! Fazemos hoje músicas que poderíamos ter feito em 1988 se tivéssemos naquela época o conhecimento e prática".

Leia a entrevista completa (em inglês)